12 outubro 2018

A mentira final

O ultraje gerado pelas notícias falsas ('fake news') deveria ser reconsiderado. É provável que devêssemos dar-nos por contentes.

Mentir para alguém desimportante não faz muito sentido para o mentiroso. A mentira é em muitos sentidos sinal de certo respeito, de respeito certo para com aquele para quem se mente. Se o indivíduo não tem peso algum na vida de outro, a lei do menor esforço ensina a este a vantagem de dar de ombros e seguir adiante sobre a de elaborar argumento falso que convença o primeiro.

O problema de 'os poderes' nos mentirem, portanto, estará em quando pararem de o fazer, coisa para que não deve faltar muito tempo. Em breve, com a tecnologia tornando-a desnecessária, a mão de obra em ociosidade forçosa não deverá mais fazer jus ao esforço de a enganarem, e aí, sim, é preparar-se para mais do que protestar, muito mais. Um dia nos endereçarão a última mentira, a definitiva, e quem a ouvir, acredite ou não nela, jamais escutará seja o que for outra vez.

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